[FUGSPBR] [Fwd: (linux-br) Associação ¨Morte ao Linux¨ - www.morteaolinux.kit.net]

Alexandre Carlos de Oliveira alexandre em redes.unb.br
Dom Jan 26 03:42:23 BRST 2003


Olá, lista.

Na semana passada houve uma grande discussão por causa do nome da lista
que eu criei para divulgar a idéia da criação de um "Dia Nacional dos
Padrões Abertos" só porque eu, propositadamente, coloquei em inglês
(FreeSoftwareDayBR).

Hoje me deparei com está página: www.morteaolinux.kit.net

Segue, abaixo, o texto de apresentação da Associação ¨Morte ao Linux¨:

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Quem Somos? (http://www.morteaolinux.kit.net/pg_quem.html)

MORTE AO LINUX é conformada por um grupo de pessoas ligadas à área da
Internet e à Informática, onde, depois de encontrar muitas discrepâncias
em como vêm sendo propostas todas as idéias sobre o movimento envolvendo
a GPL, Linux e outras, decidiu criar um grupo para lutar contra a GPL, e
seu maior amigo, o Linux.

Achamos que estamos levando a profissão de Programador, em passos
agigantados, para trás e não para diante, como se comenta. Existem
falsos profetas que, até hoje, limitavam-se somente à área das
religiões, mas todos os profissionais da área da informática ganharam um
destes para nossas vidas, que se chama Richard Stalman.

Depois da profissão ter conquistado destaque como base, hoje em dia,
para a utilização dos computadores e afins, ele, Richard Stalman,
conseguiu fazer a cabeça de todos nós, no que diz respeito aos programas
serem distribuídos livremente. Vocês imaginam um médico consultando
gratuitamente? Ou um fotógrafo fotografando de graça? Como eles
viveriam? Eu acho todas essas idéias lindas, tanto que várias vezes
pensamos em unir-nos a algum projeto de Software livre! Mas, começamos a
indagar várias coisas e descobrimos que estamos jogando a profissão que
mais amamos na lama. E acima de tudo, como pretende que sobrevivamos?
Dentro de alguns anos estaremos de volta aos anos 80, época fundamental
para os PCs, mas que marcou também a profissão de programador. Antes dos
anos 80 o programador ficava em 2º plano, pois os especialistas em
hardware comandavam o show. Eles sim eram reconhecidos, procurados, e
valorizados. Era muito comum nessa época criar e vender o hardware,
dando o software de presente. Em compensação, hoje, seja qual for, o
Software é apreciado, ou no pior dos casos, respeitado como criação
intelectual. Mas, de um tempo para cá, vemos como vem se tornando comum
as pessoas acharem que comprar ou desenvolver software é um absurdo; o
que acontece muito é a pessoa dizer: "...primeiro vou olhar se existe um
freeware para o que estou precisando; no caso de não haver, procuro
alguma solução open source, ou então arisco primeiro para ver se consigo
uma cópia pirata...". No final, essa pessoa, tendo chegado até esta
etapa, vai em busca de alguém que desenvolva essa solução para ela.

Vocês vêm aonde queremos chegar? Logo, logo, a idéia de software vai
estar tão ligada à palavra free, que dificilmente poderão existir
empresas de Software que pensem em vender algo, porque o mais provável é
que este algo já tenha sido criado sob a licença da GPL. E isso o que
significa? Que, quem se decidiu pela profissão de programador vai ter
problemas, pois como o seu trabalho vai estar ligado, e muito ligado à
palavra free, ele, para poder sobreviver vai ter que buscar outras
saídas. A melhor saída que o Linux e a GPL oferecem é a de ser analista
de suporte, como o "grande" Marcelo Tosatti (Mantedor do Kernel do
Linux), ou qualquer outra profissão, que não esteja ligada ao
desenvolvimento dos projetos. Ou quem sabe, Richard Stalman acha que
todos os programadores vão criar fundações como a "Free Software
Fundation", para podermos arcar com nossas despesas diárias. Ou, como ia
dizendo, voltamos ao passado e vamos, todos os programadores do futuro,
trabalhar em empresas como a IBM, que colocava o desenvolvimento dos
softwares em 2º plano, tanto que os dava de presente. Essa mesma empresa
quer poder fazer o mesmo hoje em dia, para poder vender mais máquinas a
custos inferiores, mas, como é "justo", sem tocar nos custos de
produção. Pois, é mais fácil apoiar a mão de obra especializada, e
gratuita. Eles estão tão felizes com a GPL, porque assim eles podem
arrumar um erro do passado: ter dado mais poder aos criadores de
software do que a eles próprios, sobre o mercado da informática em
geral. Bem, digamos que chegue alguém e diga: "Pô, mas que idéias
egoístas!"; nós não achamos egoístas idéias que defendem a dignidade de
uma profissão. Trabalhamos para poder viver, para dar um futuro aos
nossos filhos, para sermos reconhecidos, para inclusive conquistar um
futuro bacana, podendo juntar dinheiro para alcançar todos nossos
objetivos. Quem, trabalhando na área da informática, nunca pensou: "Que
bacana, minha profissão pode me levar a ser o homem mais rico do mundo!"
Se a idéia do tudo grátis fosse viável, o estado estaria dando casa,
comida, escola, saúde, etc... O que não é o caso! Conseqüentemente, hoje
todos nós vivemos, queremos, desejamos, e precisamos VIVER, e o nosso
destino encontra-se em nossas mãos e na mão de Deus. Quanto ao futuro
dos profissionais da programação, estamos aqui para fazer com que vocês
abram os seus olhos; não estamos contra ninguém, mais sim, contra um
sistema que está desprestigiando a profissão de programador. A cada dia
é mais fácil encontrar uma empresa dizer não para um novo programa de
automação comercial, porque preferem entrar no software livre e buscar
uma solução mais econômica para os seus problemas (por mais que existam
defensores, que dizem que o open source não está intimamente ligado ao
freeware). Nós amamos programar, mas dia a dia vemos como as pessoas
estão se acostumando com a idéia que Software = grátis, ou pagou uma vez
e todos os amigos e conhecidos vão poder tirar cópias e utilizar.
Queremos lembrar que cada profissão possui uma forma de lucrar para
continuar vivendo e criando. Enquanto um vendedor compra mercadoria para
vender e vê imediatamente os frutos do seu trabalho, existem profissões
de pesquisa onde os profissionais precisam de meses e até mesmo anos
para colherem os frutos, onde muita vezes, por não contarem com os meios
necessários, dependem de uma empresa ou pessoa financiado-os. É o caso
dos escritores, que na maioria dos casos, para sobreviverem e escreverem
o primeiro livro, precisam "ralar duro" e, se o livro for muito bom,
conseguem um pagamento fixo mensal, para terem tranqüilidade e poder
pensar no 2ª livro. As editoras, com as comissões que ganham sobre a
venda da obra, conseguem verba para poder financiar novos escritores,
sem que para isso tenham que arriscar a sua infra-estrutura. Os
cientistas, que buscam curas para grandes doenças, passam muitas vezes
anos investigando curas, enquanto empresas apóiam e financiam tudo, para
que os mesmos tenham tranqüilidade para trabalhar, e assim por diante...
Existem muitos profissionais que não vêm os frutos do seu trabalho, como
é o caso dos programadores. Muitas vezes um software demora anos em ser
criado; seria lógico que ao sair ao mercado tenha um custo, para pagar
pelos gastos, e estes profissionais poderem continuar trabalhando no
próximo software. Não há nada de mal nisso, pois todo mundo busca
crescer na vida; acho cinismo uma pessoa atacar a outra porque esta
conseguiu chegar onde queria.

O mercado não pode mais atacar a produção intelectual, como se fosse a
grande causadora dos problemas da humanidade, ou então que todos entrem
na roda! Não é justo jogar tudo encima de só um grupo! Porque um
programador trabalha meses em um projeto e esse projeto só chega às mãos
do público quando terminado, é que ele tenha menos razão de poder cobrar
pelo que fez do que um técnico de informática, que quando vai arrumar o
computador cobra na hora. Esse técnico tem como cobrar na hora, mas
infelizmente, o programador só pode cobrar depois do projeto terminado.
Como se espera que ele sobreviva, e possa criar outros projetos?

Nós somos contra a GPL, porque ela vai de encontro a uma prática de
mercado normal: a de trabalhar para poder viver. Somos também contra o
open source, por que ele também é contra outra prática normal do
mercado: ter o que vender para poder sobreviver até a próxima criação
(neste caso, o produto dos programadores são as suas criações). Por
outro lado, será que todos os programadores terão que se especializar em
suporte para poder sobreviver? Segundo a concepção de que os
programadores devem dar de presente suas criações, então terão que
criar, para depois viverem como acessores sobre suas criações, devendo
esquecer de criar algo melhor para depois (pois afinal estarão dando
suporte para viver, e não mais programando). Queremos despertar os
nossos companheiros! Estamos trabalhando para dar trabalho às equipes de
suporte, aos técnicos, sem falar das empresas de hardware e outras, que
estão felizes com nossa mão de obra gratuita. Afinal, eles apóiam, mas
não vemos empresas de hardware dizendo que vão dar de presente as
últimas tecnologias que criaram, para que todos os países e pessoas
possam criar suas próprias fábricas de hardware.

A questão é que nós, programadores, ganhamos um falso profeta, daqueles
que antes somente existiam nas religiões, só que este veio como
programador, e a maioria de nós caiu.

Tudo o que estamos fazendo é menosprezando nosso trabalho, enquanto duas
ou três pessoas levam a fama por isso. Programadores juntem-se a nós
nessa causa, afinal, todos estamos no mesmo barco! O mais incrível é que
os maiores defensores da GPL e do Linux, os mais idealistas, não são
programadores e sim, pessoas que trabalham em outras áreas, remuneradas,
por isso, basta alguém mencionar algo contra os seus ideais que
desprezam e afastam a idéia.

Estamos abertos a falar com todos, menos com os maiores defensores do
Linux, que sempre estão com uma pedra na mão para responder a algumas
questões...

A seguir, dois casos que achamos interessantes:

Como por exemplo, o que Helio Gurovitz escreveu no especial "Linux- O
fenômeno do software Livre": "-Por isso, prefiro ver a turma do Linux
não como uma ameaça apenas contra o monopólio da Microsoft, mas contra
toda a estrutura econômica do desenvolvimento de software. Piadas e
provocações à parte, o software Livre aparentemente atingiu o calcanhar-
de-aquiles do mundo do software proprietário: a idéia de que a proteção
à propriedade intelectual é a melhor forma de incentivar o
desenvolvimento de software de qualidade. Poderíamos muito bem estar às
vésperas de uma era em que o software poderia ser vendido ou distribuído
de graça."

O caso de Miguel de Icaza...
Ele criou uma fundação para desenvolver o projeto Gnome. Observando o
caso dele podemos então afirmar o que Richard Stalman acha que todos os
programadores deveriam fazer, ou seja, criar fundações, sair pelo mundo
fazendo palestras, e deixar um grupo de "colaboradores" continuar o
trabalho. Todos nós que desenvolvemos deveremos então criar fundações
para poder continuar trabalhando, como o fizeram Miguel de Icaza e
Richard Stalman? Deveremos viver de doações Porque viver de programar
está fora da onda criada por Stalman?

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Agora, só tenho uma coisa a dizer:

-Reino dividido pode cair!

Ou nós, no Brasil todo, nos mobilizamos, ou iniciativas como essas e
outras da própria Microsoft (se é que não foram eles que criaram isso)
faram com que as pessoas tenham medo do Software Livre.

Gostaria de poder parafrasear nosso presidente e dizer:

-"A esperança venceu o medo!".

Mas antes temos que fazer como ele fez: temos que acreditar que não
medimos uma pessoa pelas vezes que ela caiu, mas sim pelas vezes que ela
levantou.

Avante Linuxes!!!

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