Re: [FUG-BR] Sistema de arquivo tolerante a shutd own físico

Ter Out 4 00:13:10 BRT 2005

On 10/3/05, irado furioso com tudo <irado em hotpop.com> wrote:
> Em Mon, 03 Oct 2005 16:11:35 -0300
> Marcelo Costa <unixmafia em yahoo.com.br> escreveu:
>
> > Resumindo , situação critica o backup se torna mais critico ainda ....
>
> se o chefe não deixa comprar um reles NoBrake para 2h, vc acha que deixou comprar duas unidades DLT? (risos)

O pior é que, dependendo do tipo de chefe, se for um tipo de chefe do Dilbert,
concorda em comprar as duas DLT para fazer os backups, claro que sem as
fitas, mas de forma alguma concorda em comprar um no-break que suporte
10 minutos, o que poderia ser o mais que o suficiente para resolver 90 % das
faltas e piscos de luz. :^)))

Guarde aquele papel. :^))

Me contaram um caso que ocorreu a uns 20 anos atrás em uma siderúrgica
de alumínio, que tinha um altoforno a gás, que não era dos grandes, só uns
30 metros de altura.

Nesta empresa tinha um técnico muito brincalhão, mas muito responsável
no trabalho, e uma vez ele estava trabalhando no turno da madrugada.

Naquele turno os opredores do tal forno devem ter feito alguma mancada,
e o forno apagou. Eles insitiram em dar partida no forno, e o forno não
reacendia, tocando um alarme. Chamaram o técnico e ele logo viu o problema:

- Este é o alarme de gás, o forno está cheio de gás, e se reacender pode
explodir.

Os operadores do forno pediram para ele desarmar o alarme, o sistema de
proteção, e como ele era responsável, se recusou a fazer. Eles diziam que
era besteira. Então chamaram o engenheiro de plantão no turno, que deu a
mesma ordem, e ele continuou a se recusar. Ele estava agindo de forma
responsável. O engenheiro parece ter ameaçado ele, e ele então pediu por
escrito, e o tolo do engenheiro deu. (Alguns já devem estar imaginando o
que aconteceu.)

Com uma ordem por escrito, ele não poderia se recusar a obedecer. Então
ele desarmou a proteção do forno e correu para o local mais fortificado da
empresa, a sub-estação de força, onde se trancou. Logo em seguida ele
escutou um forte barulho de explosão, seguido por um de avalanche. Sim,
o forno explodiu, arrancando a porta lateral e tampa superior, e os tijolos
refratários que revestem o interior do forno desabaram.

Minutos depois ele escutou uma voz desesperada, batendo na porta, e
implorando:

- Me devolve este papel. me devolve.

E ele passou o resto da madrugada respondendo, para o engenheiro, com
um tom de zuação.

- Não devolvo... não devolvo...

Ele só saiu da sub-estação cerca de 10 horas da manhã, com o diretor da
empresa na porta, entregando o papel diretamente a ele. Assim, este técnico
foi um dos "poucos sobreviventes" do turno, pois quase todos os envolvidos
foram demitidos.

E para não perder a produção de, possivelmente, no máximo algumas horas,
fizeram a empresa passar 6 meses sem o forno, que foram meses de reforma
e reaquecimento do forno.

Qual a moral da história:

1 - Se alguém pediu por escrito, esta pessoa está falando sério.
2 - Se lhe deram um papel, então é para guardar, e não o devolva.
3 - E se lhe pedem um absurdo, e insistem, peça por escrito.

Eu sei que é muito off-toppic, mas talvez nem tanto, já que o assunto começou
a enveredar um pouco para o off-toppic. Desculpe-me se incomodou a alguém,
mas pelo menos avisei no início que era off-toppic.

    João Rocha

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