[FUG-BR] Configurando fitas DAT

Joao Rocha Braga Filho goffredo em gmail.com
Quinta Abril 10 22:35:48 BRT 2008


2008/4/10 m0f0x <elmofo at uol.com.br>:
> João,
>
>  Opinião cada um tem a sua, então, aqui vai a minha... ;)
>
>  Os dados de qualquer empresa têm um valor inestimável, mas,
>  infelizmente, nem todas dão a devida importância a isto. Só quando "a
>  água bate na bunda" que elas dão - ou seja, deu algum regaço, aí que
>  vão procurar algo confiável.

Tem casos que nem assim... rs

>
>  Tanto HDs quanto fitas são dispositivos mecânicos, sujeitos a problemas
>  e falhas. O problema é que HDs falham muito mais do que as unidades de
>  fita e seus cartuchos.

A minha experiência, ou o meu azar (rs), provaram em contrário.

>
>  Claro, se olharmos somente para o lado do custo, é lógico que todo
>  mundo vai querer e recomendar backups em HDs. Mas, sinceramente, backup
>  em HD é a mesma coisa que nada. Me dá até medo, e me lembra aquela
>  situação da empresa de fundo de quintal, com o carinha correndo com
>  aquela gaveta "USB 2.0 turbo" com um HD dentro, e, dentro dele, a
>  "vida" da empresa.
>
>  Hoje, as unidades de fita não estão mais tão caras. Ainda bem que estas
>  unidades DDS/DAT estão sumindo do mercado, porque a época delas já se
>  foi. Só que eu garanto, se a unidade foi bem cuidada, sofreu as
>  manutenções corretas, e os cartuchos foram devidamente acondicionados
>  (longe de calor, umidade, estática), você conseguirá ler e restaurar os
>  dados.

Se não me engano, as fitas também tem uma quantidade máxima de usos
aconselhável, e acho que o HD tem o número máximo de escritas MUITO
maior.

>
>  Tenho clientes que finalmente migraram de DAT 72 para LTO-3. Tive de
>  "migrar" backups de 1996 para mídias WORM, e fiz isto sem demais
>  problemas. Tenho dúvidas se eu conseguiria ler estes dados se eles
>  estivessem num backup feito em HD, mesmo que este disco fosse um
>  cold-disk.

Toda mídia deve ser revista periodicamente. Os CD-R, e acredito que
também os DVD-R, se apagam em cerca de 2 anos.

>
>  Quanto ao "problema" de trocar fitas, isso aí vai acontecer, só não vai
>  acontecer se a empresa tiver um pouco mais de dinheiro, ou, realmente
>  quiser investir, e comprar uma tape library ou um autoloader.

Aí não é só um caso de um pouco mais de dinheiro, e sim, de um bocado
mais de dinheiro. Pelo menos na última vez que vi o preço, a alguns anos
atrás.

>
>  Eu nunca recomendo backup em HDs, CDs ou DVDs, porque eles não duram o
>  quanto seus fabricantes especificam; passam longe disso. Infelizmente a
>  maioria das empresas e dos tênicos só lembram de investir na hora de
>  dimensionar e comprar seus servidores. Na hora que chega na proteção de
>  energia ou de dados, aí, começa a tragédia e a boquetagem... digo, o
>  jeitinho brasileiro :(.

CDs é conhecido ter durabilidade aproximada de 2 anos, quando bem
guardados. Eu acho que deve ser gravado inicialmente 2 mídias, isto é,
em duas cópias. Depois de 1 ano ambas devem ser testadas, e se regravar
uma nova cópia. Se uma antiga estiver ruim, o conteúdo pode estar Ok
na outra. Quase que não existe mídia muito durável. Por absurdo que
pareça, papel é muito mais durável.

E este pão-durismo é comum também lá fora, mas não tanto quanto aqui.
ninguém pensa à longo prazo. Tem empresa grande que deveria ter um
segundo CPD, sósia do primeiro, para caso algo aconteça com o primeiro,
mas quase nenhuma tem. Me contaram que um diretor de TI teve que
mentir para o diretor da empresa para que conseguisse verba para criar
o CPD reserva, em outro lugar. O diretor falava "Para que construir ele, se
possivelmente nunca será usado e a chance de ser usado é muito pequena.".
O diretor de TI disse que não era CPD reserva, e sim, de treinamento e de
teste de novas versões de softwares, para quando colocasse no outro já
estaria tudo completamente testado. Claro que enquanto não precisassem
dele ele usaria para este fim, mas quando o principal parasse, ele assumiria.


João Rocha.


>
>
>
>
>  On Thu, 10 Apr 2008 13:21:49 -0300
>  "Joao Rocha Braga Filho" <goffredo at gmail.com> wrote:
>
>  > (Perigo, flame war à vista.)
>  >
>  > Esqueça as unidades de fita. Faça backup em HDs. Compre uma unidade
>  > externa de HD, daquelas sem HD, e use HDs para backup. São mais
>  > rápidos, mais baratos por GB (especialmente se levar em conta o custo
>  > da unidade de fita), tem menos chance de não ter tamanho suficiente
>  > para caber o seu backup (e precisar trocar de fita durante o backup),
>  > dá menos problemas (tive algumas experiências ruins com fitas), não
>  > precisa ficar pulando gravações para pegar uma que está perto do
>  > final, pode gravar vários backups sendo feitos simultaneamente etc.
>  >
>  > Uma fita DAT DDS5 36/72 custa R$ 70.00, e um HD SATA de 400 GB custa
>  > R$ 225.00, e o de 500 GB custa R$ 280.00 (cerca de 1 centavo por GB
>  > mais barato que o de 400 GB), segundo o site Boa Dica
>  > (www.boadica.com.br). E no futuro estes HDs podem ir para
>  > computadores, e comprar HDs maiores para armazenar os backups. Isto
>  > seria possível fazer com fitas?
>  >
>  > Use 2 HDs para backup, pelo menos, e alterne-os. Nos dias pares um e
>  > nos ímpares no outro. Gusrde-os em outro lugar. Pode usar a
>  > criptografia do GEOM para aumentar a segurança, especialmente se o
>  > backup tem que ser levado para outro lugar. Aliás, aconselho guardar
>  > os backups em um lugar longe dos servidores. Pode ser até em um
>  > servidor colocado em um outro lugar, e o backup ser feito por rssh ou
>  > rsh.
>  >
>  > Espero que tenha criado uma "flame war boa", e não uma das chatas.
>  >
>  >
>  > Abraços,
>  >     João Rocha.
>
>
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